segunda-feira, junho 28, 2010

Adeus patriotismo

Depois de uma década de reinado absoluto, Fedor Emelianenko conheceu a derrota. Infelizmente não pude assistir à luta ao vivo, mas na verdade também não estava exatamente preocupado; assim como quase todos os seus fãs, tinha total confiança no resultado. Esperava acordar no dia seguinte e ter a notícia de mais uma vitória para o currículo do russo, mas não foi isso que aconteceu.



Uma das grandes vantagens de ser brasileiro é só precisar ser patriota uma única vez a cada quatro anos. Nunca acreditei em patriotismo. Por que eu deveria gostar de algo só por ser do meu país, minha cidade ou algo assim? Por raras vezes me identifiquei com algo que venha do meu país, muito menos da minha cidade de origem, a ponto de me mudar, por achar a vida lá insuportável.



Quer dizer, se sou brasileiro, devo sempre torcer pelo Rubens Barrichello? E se por algum acaso eu descobrir um outro corredor com uma história de vida com a qual me identifique mais, um cara mais simpático, com entrevistas coerentes e ações e posturas firmes, não devo torcer pra ele só pelo fato dele ser de outro país? Sou obrigado a achar o Sepultura a melhor banda de metal do mundo quando na verdade eu prefiro o Slayer? Realmente isso nunca fez muito sentido pra mim... Certa feita vi uma entrevista com um músico brasileiro que tocava músicas cantadas em inglês e fazia sucesso na Europa, o entrevistador perguntava o motivo dele não cantar em português. Ele respondeu que se o seu país não aceitava e não se identificava com o tipo de música que ele fazia, apenas era natural procurar um público, independente de fronteiras, que o aceitasse.



Lembro que a primeira vez que assisti MMA – na época ainda era Vale-tudo –, foi amor à primeira vista. Um tio meu alugou um VHS do UFC 1. Acabei assistindo vários ao longo do tempo, até que por fim, como não tinha paciência de ficar alugando por mim mesmo, fui deixando de lado. Com o surgimento do Youtube, tudo foi diferente. Rapidamente comecei a assistir lutas com freqüência. Nessa época o finado Pride ainda a casa dos principais lutadores e dessa maneira fui começando a ter as minhas preferências. Cada lutador tinha um estilo único de lutar, se movimentar, modalidades onde eram especialistas... E, por sempre gostar da luta em pé, acabei elegendo rapidamente os meus lutadores favoritos: Mirko Cro Cop, Maurício Shogun, Wanderlei Silva e Fedor Emelianenko.



Apesar de dois deles serem brasileiros, nunca me preocupei muito com isso, o que mais me agradava era o estilo de luta agressivo de cada um deles, formas bem diferentes entre eles, apesar de muitos dominarem as mesmas artes marciais. Gostava de ver as entrevistas, saber um pouco mais sobre a vida de cada um, e isso pra mim – a trajetória pessoal de cada um – sempre foi tão importante quanto às habilidades físicas. Acompanho esses lutadores a mais de 6 anos, e com certeza não foi a nacionalidade deles que pesou na hora da minha torcida.



Confesso que torci por Cro Cop – lutador croata – quando este lutou, e infelizmente foi derrotado, contra Junior dos Santos. Sim, Fedor, por sempre ter sido um lutador acima da média, humilde, coerente, apesar de nunca entender uma palavra de russo e só assistir entrevistas com a ajuda de tradutores, vai ter minha torcida por muitos anos ainda. Mesmo lutando contra brasileiros, mesmo tendo a sua primeira derrota real, meu apoio a ele está embasado em outra coisa que não fronteiras demarcadas em um mapa.



Sim, eu torcerei por Fedor, mesmo que ele lute contra brasileiros.

quinta-feira, junho 17, 2010

Matte painting

Exercício de matte painting realizado no curso da Melies. Mistura de colagens com pintura digital.

Site da Melies.

quarta-feira, junho 16, 2010

Niklas Sundin e o seu Dark Tranquillity na terra da garoa

Sábado agora, o Dark Tranquillity aportou em terras tupiniquins pela primeira vez.



Durante a minha adolescência, esta foi uma das bandas responsáveis por me fazer gostar de som pesado. Lembro inclusive com clareza da primeira vez em que escutei – matando aula na sala do grêmio – e de como eu fiquei alucinado com aquilo. Com o passar do tempo, acabei deixando a banda um pouco de lado.



Já tinha visto um show deles anteriormente em Paris, e confesso que na ocasião fiquei bem decepcionado. Eles estavam “inserindo novos elementos” nas suas músicas, e naquela época eu não enxergava isso com bons olhos. O tempo passou, e um belo dia, anos depois, descubro que eles tocariam aqui em São Paulo. A priori tive dúvidas se iria ou não, mas confesso que ter ido foi uma boa escolha.



O show foi legal por ter um sentimento de nostalgia pra mim. Apesar de tocarem músicas novas que eu realmente desconhecia, foram nas antigas que eu mais me animava. Legal também ver que várias pessoas sabiam cantar todas as músicas. O show foi curto, e alguns “clássicos” que tanto queria ouvir foram deixados de lado. Na verdade acho que o show foi mais divertido por eu ter essa relação com a música deles, do que por ter sido um evento fenomenal.



Aproveitando a deixa, resolvi fazer uma ilustração do Niklas Sundin, guitarrista da banda. O rapaz, além de bom músico, é um grande designer e ilustrador de mão cheia. Está aí, o moço.



Soube também que o Scorpions tocará em Sampa até o final do ano para a sua última turnê, e não vejo a hora de mais um show regado a nostalgia.



terça-feira, junho 08, 2010

Mais um pro fornada

Eu nunca gostei muito de dragões. Pra falar a verdade, gostava quando era mais novo, mas depois que você cresce fica mais complicado continuar com esses temas. Nunca joguei RPG na minha vida, vai ver é isso. Nunca gostei das bandas de metal com temáticas medievais ou essas coisas, nunca consegui ler Senhor dos Anéis... Sou um nerd que não gosta de Star Wars.

Como o último tema do Fornada foi esse, acabei tendo que fazer, né? Outro dia eu fui em uma palestra dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, e eles falaram sobre sair da zona de conforto. Sobre quando começaram a desenhar roteiros de outras pessoas, e as histórias não rodavam mais sobre os bares da Vila Madalena ou o cotidiano da capital paulista. Quando começaram a pedir desenhos e situações com as quais eles não estavam acostumados. Assim, eles falaram que com o tempo foram percebendo vantagens nesse tipo de trabalho e grande desenvolvimento nos projetos pessoais. Vamos ver isso acontece comigo...