segunda-feira, dezembro 04, 2006

Apenas algumas palavras

Nunca pensei em ser artista plástico. Confesso que até via este ofício com um pouco de despeito. Na verdade, acho que ainda vejo desta maneira, mas menos do que antes. Meu primeiro contato com artes visuais veio através das histórias em quadrinhos. Dessa maneira comecei copiando desenhos. Nunca tive muita dúvida do que queria fazer na vida: sempre gostei de desenhar e hoje acho algo vital, quase como respirar.

Pouco me agrada arte contemporânea e principalmente, não consigo ter nenhum apreço por arte conceitual. Acho algo chato e inútil; deixa o lado artesão do artista para trás. Nunca vi uma instalação que me agradasse e acho que quase todas me remetem a lixo. Sempre achei essa estória de que o artista é um expoente e um sensível da sociedade como uma grande picaretagem. Recentemente vi alguém quebrando uma escultura até bem bonita com o argumento de que aquilo era uma representação de como a sociedade era injusta e de como ele se sentia frustrado com tudo aquilo, sobre suas repressões sexuais e blá, blá, blá. Não tenho a menor paciência para isso. Acho simplesmente bobo.

Esse é apenas um dos exemplos. Discordo completamente de que basta uma idéia na cabeça e uma câmera em mãos para fazer um filme – talvez por isso os filmes de Glauber Rocha sejam tão legais... Também não acho que técnica deva ser a tônica de qualquer obra, mas acho fundamental em seu devido grau. Não gosto de Duchamp e nenhum dos seus “filhos”. Quando era pequeno fui em uma bienal de artes em São Paulo e fiquei muito frustrado. Acho que foi quando eu comecei a pensar que não queria ser artista, apenas desenhista.

Confesso que já mudei um pouco minha maneira de ver algumas coisas desde que entrei na faculdade. Acho que muito do que eu aprendo é importante. Com certeza sei muito mais do que antes, mas ainda continuo achando arte conceitual uma perda de tempo. Talvez o errado seja eu. Parei no tempo! Quase todos os movimentos que gosto, já foram encerrados a mais de cem anos.

Gosto da antiguidade clássica, gosto bastante do movimento gótico e suas figuras alongadas. Acho que a coisa começa a ficar legal com a chegada do renascimento. DaVinci era um grande sujeito e um bom pintor. Um pouco monocromático... Sou um grande fã dele, mas acho que isso quase todo mundo é. Talvez ele seja uma das grandes unanimidades da arte. Prefiro Michelangelo!

Durante a renascença, movimento não era algo muito comum nas obras. Existem algumas tentativas como em Botticelli, mas pouca coisa. Apesar de toda a sua indiscutível genialidade, Davinci acabou sendo um grande nome do renascimento, enquanto Michelangelo foi o pai do movimento a seguir, o barroco.

O grande momento chega com o romantismo. Acho essa uma das melhores épocas de toda a humanidade. Ótimos escritores, excelente pintores e compositores. Depois disso, houveram poucos que me agradaram. Munch é um exemplo.

Continuo lendo histórias em quadrinhos e sou muito feliz com elas. Gosto do experimentalismo de alguns dos seus desenhistas, a maior parte desses formados em artes plásticas... Aprendo um pouco mais a cada dia. Talvez eu mude tudo isso em uma semana!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cê colou o trabalho da faculdade aqui, seu filho da puta?

De qualquer maneira, também aprecio deveras o movimento gótico. Principalmente no que diz respeito a apreciar um bom vinho São Jorge na calada da noite.