quarta-feira, agosto 16, 2006

Uma tarde olhando à parede

Após meses na internet é que observo como sou relaxado. Não tenho nenhuma periodicidade no que escrevo e nem mesmo um tema definido. Da primeira vez que me cadastrei, imaginei que seria diferente: escreveria com fúria tudo o que pensava. Escreveria reflexões simples, curtas e sem pretensão. Não foi assim que aconteceu.

Agora encaro a grande lacuna entre os textos. Escrever não é o que sei fazer melhor, mas me agrada. Mesmo não sendo bem feito – e sabendo disso – ainda assim escrevo. Acho fácil! Sou um pretenso desenhista, mas desenhar dá trabalho: escrever é apenas registrar o que penso no decorrer do meu dia.

Quando mais novo, achava que escrevia bem. Tinha orgulho de mostrar meus textos para as pessoas apenas para ouvir elogios. Acreditei que seria escritor – algo a mais no meu maravilhoso currículo imaginário. Uma colega me disse que não. Fiquei triste em ver meus problemas literários, e ela realmente era boa em me fazer enxergar certas coisas, mas acabei me conformando. As vezes ainda tenho um ímpeto para cair nisso tudo.

Em alguns dias, fico pensando muito sobre não escrever tão bem quanto gostaria. Na verdade, nunca farei nada tão bem feito quanto eu gostaria, mas em algumas coisas estou bem perto disso. Talvez o fato de não escrever bem me incomode mais, pois queria ser roteirista. Também já tentei ser músico, mas isso é outra estória...

É tarde, tenho aula no outro dia e assim tudo continua. Depois dos vinte anos, e graças a algumas pessoas queridas, vi que ninguém é especial. Sou apenas mais um sujeito na superfície indo toda manhã – quando acordo – para a faculdade. Hoje eu me senti menos pretensioso e acabei escrevendo sobre nada em específico, deixando ainda mais insosso tudo isso. Vou dormir e nem preciso apagar as luzes, não tem ninguém aqui mesmo. Talvez eu acorde em um dia melhor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não sabia que vc tinha esse lado nostalgico...É bom saber como vc se sente. Como é o Paulo mais sério que se esconde por tras de tantas piadas e pornografias. É desse Paulo que me orgulho: o sincero, o amigo, o bondoso, o determinado, o carinhoso, o carente. Todos nós somos órfãos pq não nos damos a atenção necessária.

Em resumo: só queria dizer que me orgulho de vc. Te adoro de coração e desculpa se não demonstro tanto.

Anônimo disse...

Eu acho que Lísia arrancou de meus dedos o que eu ia digitar.

Eu assino em baixo e ainda carimbo!

Você pode ate se sentir um "qualquer" em algum momento. Como todo mundo em suas crises existenciais...

Mas pra nós, seus amigos, você sempre será INCRÍVEL, FANTÁSTICO e EXTRAORDINÁRIO!!!

Anônimo disse...

who has said that nobody is special?

you are special for me, I just don't know in what moment things had lost itself...
and whether they have found themselves oneday.