Caymmiano

Cavalo arrumou o seu velho chapéu na cabeça, enquanto dava uma tragada no seu cigarro. Era tudo o que precisava: duas carteiras de cigarro, uma garrafa de cachaça e dois litros de água. O sol já passava do meio dia e curtia a sua pele negra. Deitou-se no chão do pequeno barco e cruzou os braços atrás da cabeça para usá-los como travesseiro. Ouviu o ninar das ondas batendo no casco. Já havia pegado a sua cota do dia, porém gostava de ficar ali, parado, perdido no meio do mar, gostava de fazer parte de tudo aquilo. Sentia-se pequeno, porém orgulhoso por respeitar aquela imensidão azul. Gostava de ver a velha Bahia como uma pequena porção de terra distante, engolida pelo horizonte.